Aprendizagem por Imitação/Observação

Maria José das Nevez[1]

Carla Cleisse de Santana Vasconcelos[2]

Jéssica Ferreira de Brito[3]

Kátia Vanusa do Nascimento Silva[4]

Marineide Maria da Silva[5]

Essa forma de aprendizagem é muito mais séria do que se imagina, muitos podem desacreditar desse meio de aprender ou não imaginarem a sua importância no desenvolvimento das crianças, mas é muito forte entre os adultos e os pequeninos do que se pensa.  As pessoas, sobretudo as crianças, aprendem por imitações. Bandura desenvolveu uma série de pesquisas sobre a aprendizagem por imitação àquela que acontece através da observação que a criança realiza.

As observações possuem um efeito intenso no modo de agir das crianças, um exemplo disso, é crianças que assistem cenas violetas e consequentemente em determinadas situações a mesma irá agir com agressividade, diferente daquelas que não presenciam tais cenas. Na primeira infância, denominada por Jean Piaget como fase operacional, a criança ainda não tem condições de assimilar valores como respeito, solidariedade, dever, obrigações, dedicação ao próximo etc. Entretanto podem realizar atividades cujo sua memória presenciou e consequentemente ficou anexada no seu cociente.  As falas de nada irão adiantar se os exames não forem compatíveis com os discursos, o que deve ocorrer são bons exemplos, pois assim, se educa mais. Um fator fundamental é o diálogo, pois não pode ser deixando de lado o mesmo que tem que acontecer com as crianças, todavia junto com o diálogo se é preciso que o exemplo aconteça.

As crianças agem mais pelo o exemplo, pois elas têm a tendência de imitar, elas observam e reproduzem o que os adultos fazem, são gestos, palavras, atitudes. Na criança, a imitação é a tônica do seu aprendizado. As impressões penetram em sua mente como modelos e em seguida se transforma em comportamentos.

Segundo estudos relacionados ao cérebro realizados por André Meltzoff internacionalmente, reconhecido por suas pesquisas sobre o desenvolvimento cognito, social e emocional de bebês e crianças pequenas. Graduado Universidade de Harvard e Doutor em Psicologia na Universidade de Oxford, mostram que é de intensa relevância observar alguns fatores que influenciam a aprendizagem das crianças antes mesmo deles entrarem no jardim de infância.

De acordo com os estudos de Meltzoff os pais exercem grandes influencia nos filhos, pois desde a muito tempo os adolescente veem os pais como um modelo a ser seguido e nos dias atuais essa convicção se perpetuou ainda mais não apenas na adolescência mas desde o nascimento da criança. Os bebês estão a toda hora olhando para os pais tentando decifrar o que veem e essa observação afeta profundamente o seu comportamento.

Estudos sobre a memória pré-verbal mostram que os bebês desenvolvem dois sistemas: o de conhecer e o de lembrar. No começo ele reconhece a face, no entanto, não se lembram do nome. Com isso outro elemento impulsiona a aprendizagem por observação que são os coleguinhas da escola que como os pais também são modelos, de forma que crianças juntas realizam diversas atividades e no meio delas sempre há aquela mais esperta onde realiza feitos que levam outras a fazerem da mesma maneira.

Essa teoria da aprendizagem por observação é muito forte, pois como as crianças reproduzem tudo o que observam. No período escolar ela vai desenvolver diversas atividades através de sua observação, seja nas brincadeiras, no comportamento ou nas atividades, tudo o que os pequenos verem irão reproduzir. Dessa forma os professores devem ficar atentos e analisarem o que e como irão ensinar aos seus alunos.

Nessa linha de modelos de aprendizagem por observação também temos a tv, que exerce uma forte influencia nos pequenos através da observação realizadas pelos mesmos. Esse meio visual é um elemento que faz parte da vida de todos e principalmente das crianças onde pode causar certas consequências se não houver um limite, pois elas vão imitar o que veem na televisão, seja um ato educativo, agressivo, etc.

Em uma pesquisa que se tornou famosa, Bandura observou crianças em determinada situação, usando um adulto como modelo. Onde mostrou um vídeo que uma mulher batia em um boneco chamado de “João Bobo”, no vídeo a mulher usava frases muito agressivas e golpes violentos. Como se esperava as crianças do jardim de infância adoraram o que viram e para que a sua observação fosse de fato concluída, um “João Bobo” foi entregue aos alunos, os observadores registraram que muitos deles fizeram exatamente o que viram no vídeo.

O que surpreende é o fato de que as crianças mudaram seu comportamento sem que tivessem sido recompensadas por suas aproximações ao novo comportamento. Bandura chamou o fenômeno de Aprendizagem por Observação ou Modelagem, e sua teoria é comumente chamada Teoria da Aprendizagem Social. Quando o estudo foi criticado sob a alegação de que o boneco "João Bobo" foi criado mesmo para apanhar, Bandura filmou a moça acertando uma pessoa vestida de palhaço. Depois de assistirem ao filme, as crianças foram até a sala do palhaço vivo e não tiveram dúvidas: bateram nele!

Diante da pesquisa realizada constata-se o poder que a influencia da imitação através da observação exerce na aprendizagem das crianças. Tudo o que acontece ao redor dos pequenos são fatos que chama a atenção dos mesmos, e com isso o encantamento toma conta do ser onde de imediato vão realizar o que presenciaram. Nesse sentido os adultos (pais, tios, professores) são os modelos dessa forma, é necessário que todos fiquem atentos para que as crianças não vejam coisas desagradáveis e que prejudique no seu desenvolvimento.

Referências

Bandura, A. A aprendizagem social através da imitação. Em MA Jones (Ed.), Nebraska simpósio sobre motivação: 1962. Lincoln: University of Nebraska Press, 1962, 211-269.

Bandura, A. Princípios de modificação de comportamento. Nova Iorque: Holt, Rinehart e Winston, 1969.

PIAGET, Jean. A Epistemologia Genética e a Pesquisa Psicológica. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1974.

RAMOS, Casete. INFÂNCIA E APRENDIZAGEM POR IMITAÇÃO
O que dizem as Pesquisas, NEW Orleans, Estados Unidos. ASCD (Associação Americana para Desenvolvimento do Currículo e Supervisão), 2004.

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[1] Professora de Psicologia da Educação II do Curso de Pedagogia da FAMASUL.

[2] Acadêmica do Curso de Pedagogia da FAMASUL, Cursando o 3º Período.

[3] Acadêmica do Curso de Pedagogia da FAMASUL, Cursando o 3º Período.

[4] Acadêmica do Curso de Pedagogia da FAMASUL, Cursando o 3º Período.

[5] Acadêmica do Curso de Pedagogia da FAMASUL, Cursando o 3º período.